quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Conselhos Pastorais do Inferno – I


Meu preferido: a desobediência
Depois de muito tentar, consegui novamente ultrapassar a segurança do site e estou de volta!E agora com conselhos pastorais, hein! Já que o importante é “atender ao povo”, vou também eu dar uns pitacos. O objetivo é facilitar a vida dos recrutas recém-contratados no último concurso para demônio, pois o trabalho tem de ser mal-feito… eheheheh…
Para essa reflexão, escolhi um dos temas mais caros da vida infernal, um dos mais importantes para a perdição dos homens, um dos primeiros utilizados por mim e, não menos importante, o meu preferido: a desobediênciaJá falaram dele por aqui, mas num tom pouco receptivo, com pouca “caridade”, sem “tolerância”… ahahahah… Vou dar minha versão para os demônios: atenção, muitos dos piores pecados do mundo, inclusive aquele que não será perdoado, começa bem quando começa com a desobediência. Então, vamos lá! Dirijo-me aos dois principais grupos de demônios segundo a atuação, não segundo a especialidade.
1. Os demônios domésticos, aqueles que atuam fazendo o inferno nos lares, precisam provocar situações em que a desobediência dos mais velhos fica patente. Por exemplo, o casal tem um trato a respeito de um compromisso. O demônio naquela família tem de fazer que uma das partes não cumpra o trato. Em outras palavras, uma das partes tem de ser infiel ao combinado. Atenção: não adianta fazer com que as duas partes descumpram o compromisso. Para que haja a tensão necessária para brigas, importa que uma parte seja fiel e a outra não cumpra sua parte. Depois disso, exija justiça e crie a confusão na casa. Tudo isso para que os mais jovens vejam os mais velhos desobedecendo os compromissos. É sabido desde o Paraíso que os filhos imitam seus “mestres”. O que vale para compromissos, vale para normas, regras, leis. Se os filhos veem seus pais chegando na missa atrasados, mas despreocupados, aprenderão com suas atitudes que as normas, inclusive da Babilônia, não são para se levar a sério; se eles veem seus pais descumprindo leis civis, aprenderão com a atitude dos mais velhos a serem ilegais. Pouco importa aqui a discussão legal. O que pretende ser ensinado é a “desobediência”.
2. Os demônios paroquiais, que são muitos e têm crescido, igualmente têm de suscitar nas paróquias, desde cima, a desobediência. Um bom meio é fazer com que os párocos briguem, xinguem, demonizem as ordens da Babilônia e do Pescador, acusando-os de ser intolerante com as pessoas, legalistas contra os fracos e subservientes com os ricos, e blá, blá, blá. Depois, claro com uma ajudinha dos demônios, coloque o pároco contra um jovem, desses topetudos, que gostam de afrontar. Coloque-o contra uma norma do pároco e veja como o libertário, o dialogante, o democrata se transforma num vulcão de fúria, mau humor, ironias e chiliques. Lembrem-se: a maioria desses padrecos não é pai e não sabem como lidar com jovens. Eles nem suspeitam que quando insurgem os jovens contra a Babilônia e o Pescador estão cavando sua própria cova, estão dando as armas para o motim de sua própria autoridade paroquial. Basta que uns jovenzinhos se ajoelhem para receber O Sacramento para o padreco, mui democrata, tornar-se um déspota dos piores: liberdade sim, diz ele, mas até onde eu permita. Esse discurso mole da democracia vale, mas até o momento em que não incomoda os párocos “modernosos”. O discurso do moderno, do democrático e da liberdade cai por terra quando se vê um desses “moleques sem horizonte histórico”, para logo em seguida dar lugar a discursos de verdadeiros déspotas, que submetem toda uma comunidade à sua própria vontade , submetendo (ou tentando, pois sempre há jovens “topetudos”) todo recanto da igreja sob sua administração.Esses párocos são ótimos para nossa causa, pois no fundo eles ensinam o que queremos: desobediência.
Bicefalia: mandar e proibir a mesma coisa. Uma das causas mais comuns de desobediência. Mandar o jovem peitar a Igreja, mas exigir que guarde as ordens do pároco. Grande contradição que ajuda a levar todos para nossa “morada quentinha”… ahahahah…
Pais e padres bicéfalos, que mandam obedecer a eles enquanto eles desobedecem a outros, eis nossa arma! Exigem liberdade da Babilônia, mas não aceitam a liberdade do fiel seguir a Babilônia, esse é o nosso trunfo! Pois bem, caros demônios, esse é o bom e velho “non serviam. “Não servir” a instâncias superiores a si, seja em casa, seja na paróquia. Viver seguindo tão somente suas próprias opiniões e desejos é já um primeiro estágio da vida sem Ele. Daí para a vida prática é menos do que um passo… um passo sem volta. Ah, se a paróquia contar com aqueles padrecos que amam a Babilônia, seguem a Pedro e a Ele, aí a coisa está feia para os demônios. É necessário artilharia pesada. Mas fica para a próxima. Por enquanto, lembrem, a salvação dEle se alcança pela obediência. Logo, todo ato de desobediência, mesmo pequeno, é já uma vitória do Inferno.