domingo, 18 de março de 2012

Estado Laico: Cumpra-se!

Sugiro aos magistrados do Rio Grande que apliquem a lei como está retirando todas as imagens religiosas


Pois é, pessoal! Voltei. Bem que o puxa-saco do Recruta Zero do Céu tentou pôr-me para fora deste site, mas os homenzinhos fedorentos aprontam tanto, facilitam tanto minha vida, que acabei voltando. E dessa vez, venho como amigo dos homenzinhos, e especialmente, dos homenzinhos que moram no Rio Grande do Sul. Quero, de todo meu coração negro, parabenizar os juristas deste estado pela coragem de viver como a razão exige:  sem deixar-se moldar pelas normas da Babilônia. É necessário seguir suas inclinações, mesmo que elas cheguem a pontos muito difíceis de sustentar. Quem volta atrás e retrocede sobre seus passos quando está num beco sem saída é um covarde. Diante de um beco sem saída, especialmente no campo religioso, espere lá, paradinho, que daqui a pouco a gente aparece para ajudar… rsrsrs…
Bem, mas como vocês já sabem, o judiciário do Rio Grande do Sul, por meio de seus geniais e isentos magistrados, provocado por um grupo de colegas, conseguiu que fossem retiradas todas as representações religiosas dos locais públicos da Justiça. O objetivo, está claro e eu tenho gozos de alegria ao lembrar, é atacar os seguidores do Emanuel, no que eu “gosto muitcho”. Contudo, para que este ataque fique disfarçado, para que não se desconfie de que ele tem um evidente viés Emanuelofóbico, sugiro aos magistrados do Rio Grande que apliquem a lei como está, isto é, retirando todas as imagens religiosas que estão nos locais públicos da Justiça e, por que não, em outros locais públicos do estado, ainda que não do judiciário. Para facilitar o trabalho, aí segue uma lista com três imagens que vocês eles podem queimar, leiloar, quebrar ou, quem sabe, doar para os estados que ainda não alcançaram o nível de educação do mui agradável e pacífico poder judiciário do Rio Grande do Sul:
Reprodução da representação de um deus pagão, que adorna o prédio da Justiça do Rio Grande do Sul
1. Esta imagem de uma deusa pagã, que ladeia o Palácio da Justiça de Porto Alegre, também deve ira para o lixo, caso se aplique a lei do judiciário gaúcho. Afinal, o estado laico não pode conviver com representações deste tipo, segundo o judiciário local, não é? Então, cuidem também disso, excelências, ou parecerá que as únicas imagens que não são permitidas são as do Emanuel e de seus Amigos. Caso necessitem de ajuda para saber o que fazer, liguem para os talibãs no Egito, eles vão orientá-los sobre o modo de acabar com a influência religiosa nesse estado, mui justo e honrado, sem corrupção ou ladroagem pública, que tem como maior preocupação as imagens religiosas no seu interior.
E se a ideia pegar no Rio Grande do Sul, pode-se também retirar dos prédios do Legislativo e do Executivo outras representações:
2. Dois deuses pagãos adornam o frontispício do Museu de Arte do Rio Grande do Sul e merecem ser execrados pela censura religiosa do Rio Grande do Sul. Afinal, ainda que não seja uma construção diretamente ligada ao judiciário, senhores mui dignos e ocupados vão até lá para ouvir ópera, concertos belíssimos de Wagner, além obviamente de peças espetaculares de Bertold Brecht. É óbvio que este tipo de religiosidade  pagã estampada na porta de entrada do museu ofende muitos dos senhores que lá frequentam, causando incômodos mil, cólicas sem par, calafrios horrendos.
Reprodução: As estátuas de Ceres e Hermes no frontispício, de Alfred Adloff.
Então, excelências, longe de mim ensinar o juiz a julgar. Mas se não aplicarem neste caso também a lei recém-aprovada e não retirarem as imagens citadas, vai parecer para o público indouto e ignorante, que apenas as imagens do Emanuel e de seus Amigosé que incomodam a até então desconhecida sensibilidade do povo gaúcho para assuntos religiosos. E, claro, nós não desejamos que isso aconteça, não é?
3. Mais um exemplo é a representação de Atena, que está noMonumento Expedicionário, em Porto Alegre. Ela está adornando um monumento do estado do Rio Grande do Sul, que é laico. Então, excelências, para que disfarcemos e não deixemos alguém suspeitar que essa ação é o que na verdade é, Emanuelofóbica,  é preciso que se retire também desse monumento a referência a deusa grega. Afinal, estado laico não é estado que se ressente de referências à religião do Emanuel, mas a todas as religiões, inclusive as pagãs.
Reprodução: Estátua de Atena, também de Caringi, na parte posterior do Monumento
E assim poder-se-ia ir, por exemplo exigindo que as alas das baianas também desaparecessem das Escolas de Samba do Rio Grande do Sul e etc. Afinal, elas e outros elementos da cultura local representam muito bem religiões africanas, religiões orientais, religiões científicas. Como o estado do Rio Grande do Sul, mui tolerante e ilustrado, entende que as representações das religiões não podem incomodar o bastante sensível sentido religioso do gaúcho, importa também aqui aniquilar este aspecto da cultura. E claro, excelências, tudo isso para não parecer que a decisão tomada é apenas Emanuelofóbica. Pois se apenas as imagens do Emanuel e de seus Amigos são proibidas, como não imaginar que o mui gentil e cortês estado do Rio Grande do Sul está cometendo uma injustiça irreparável e abominável contra os seguidores do Emanuel? Sinceramente, seria muito ruim para minha causa se isso acontece. De novo, parabéns excelências! Continuamos com nossos convênios e benefícios, como d’antes combinados.

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