quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Dicas para esfriar padreco animado!


Olá diabinhos!!

Recebi um email de um demoniozinho recém-concursado, querendo saber se posso dar uma palestra ou ajudar na pastoral dos diabinhos nas paróquias onde estão lotados. Reproduzo parte do email para que os que estão em estágio probatório aprendam umas coisinhas:
Seu Coisa Rúim, é uma enorme desonra trabalhar para o senhor. Sei que vossa desgracênça trabalha muito, mas a gente gostaria de poder estar recebendo o senhor na nossa paróquia para estar pregando um retiro, estar fazendo uma missa negra de aprisionamento, ou alguma coisa assim... É que as coisas aqui estão boas demais... O sacerdote novo está animado e estamos perdendo espaço (...).

Arquivo de Família
Desamado diabinho, infelizmente não posso ir até a paróquia de vocês. Estou sempre na ponte-aérea e outras cidades estão recebendo mais dos meus préstimos. Brasília sempre me demanda algum trabalho. Bem, falando do seu problema, atente-se para um fato que percebi nesses meus milênios de trabalho. Quase sempre perto de um padre desses que você descreveu tem uma paróquia invejosa, um outro sacerdote desprestigiado, um colega injustamente perseguido. Para enfraquecer esse padreco, faça com que ele perca os amigos ou não consiga aumentá-los. Há algumas dicas quanto a isso:

1. No que Ele permitir, transformem a vida do padreco em um inferno! Não poupem nada, a não ser o que Ele não permitir: doenças, pobreza, injúrias, tudo o que possa mexer com o interior dele. Se o padreco for bastante testado, talvez balance com os males externos que lhe sobrevenham. Mas já vou avisando: esse tipo de padreco (jovem e ainda com ideais) raramente cai nessa armadilha. Por isso, dou outra dica que é mais valiosa.

2. Se os males que lhe sobrevenham não obtiverem efeito, faça o padreco perder amigos. Ataque primeiramente os mais velhos, paroquianos ou colegas de ministério. Faça-os duvidar das capacidades administrativas do moleque. Depois, da sua experiência de vida. E, finalmente, critique sua inteligência. A dúvida é o início do declínio.  Geralmente, o povo cai nessas armadilhas. A amizade nasce da admiração, diabinhos, não se esqueçam disso. Se os que estão em torno do padreco não o admirarem, ficará solitário. Esse é o primeiro passo para a queda: a solidão. Não esqueçam que quando tentei os primeiros pais dessa gente fraca, o fiz individualmente. Se desse a oportunidade de conversarem, o trabalho seria maior e talvez não alcançasse o objetivo. E lembrem-se: plantem a dúvida nos mais velhos. Eles têm ascendência sobre os mais novos, exceto sobre os mais sábios. Sei que parece bobagem, mas os jovens são mais resistentes aos males externos do que à solidão ou à injustiça moral.

3. Se tudo der errado, ataquem o padreco em seu interior. Em um outro momento digo quais são as melhores tentações para fazer-lhe cair.

Ah, e não se esqueçam nunca: não deixem o povo orar com ou para Ele... Façam barulho, inventem tarefas, façam com que até trabalhem para Ele, nunca que rezem. Rezar pelo ou com o padreco, nunca!

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